God was the first anaesthetist

Resumo: Analisa-se, neste artigo, a forma como a gestão da dor no parto surgiu na prática e na literatura obstétrica e como afetou a constituição de uma nova epistemologia. A partir de uma pesquisa de arquivo de artigos biomédicos e teses, produzidas em Lisboa, entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX, pretende-se focar o conhecimento biomédico, emergente e incerto, sobre a dor e o corpo em trabalho de parto, a agência do obstetra e o papel político da obstetrícia. A pesquisa faz parte de um estudo antropológico longitudinal, com uma abordagem da dor como locus onde se fundam afetividades, ontologias em mudança e biopolíticas. Em vez de considerar a dor como um fenómeno físico tido como certo, pretende-se traçar a sua materialização no contexto biomédico e histórico português específico, na viragem do século XX.

Consultar: https://journals.openedition.org/etnografica/5989