Desde os primeiros casos de SIDA, o estigma face ao VIH continua a afetar a saúde e o bem-estar das pessoas seropositivas, potenciando múltiplas desigualdades sociais. As mulheres continuam a ser desigualmente afetadas pela natureza interseccional do estigma, sobretudo mulheres imigrantes, nomeadamente devido à associação errónea com o consumo de drogas e o trabalho sexual. Apesar do decréscimo de novos diagnósticos de VIH anuais em Portugal, a população imigrante apresenta uma contra tendência, sendo o número de novos casos anuais superior nas mulheres imigrantes, nomeadamente de África Subsariana, comparativamente às mulheres nascidas em Portugal. Contudo, permanecem desconhecidas as causas e os impactos destas desigualdades na vida destas mulheres. O projeto VIDAS-SERO visa compreender quais os impactos do VIH em mulheres imigrantes dos PALOP, com enfoque nas questões de saúde sexual e reprodutiva, através de uma perspetiva abrangente, multidisciplinar e multimétodo, fornecendo um retrato complexo das vidas de mulheres seropositivas imigrantes.