O Olmo e a Gaivota: ou reflexões acerca do trabalho produtivo e reprodutivo

Autores: Lorena Cronemberger


Artigo | Cronemberger, L. F. (2018), O Olmo e a Gaivota: ou reflexões acerca do trabalho produtivo e reprodutivo. In: Anais da II Reunião de Antropologia da Saúde, Brasília.


Resumo: O hibridismo de gênero cinematográfico trazido pelo filme O Olmo e a Gaivota, nos trás uma ficção-documental intensa para se pensar as reformulações de uma experiência que parte do corpo para a construção subjetiva e atuação direta com o social. Até que ponto a experiência da gravidez influi na compreensão de trabalho? Nas palavras de uma das diretoras do filme: “Se Elena explorou o desafio que é criar raízes no mundo, – torna-se um ser, adulta, mulher –, em Olmo e a Gaivota, minha vontade é entender esse segundo momento, em que é necessário desapegar dessa identidade conquistada, criando condições para que um outro nasça, seja um bebê ou uma nova versão de si”. Nosso interesse se compactua com a da diretora.

O presente trabalho partirá da clássica discussão acerca do trabalho produtivo e reprodutivo, perpassando o conceito de Marx, porém indo de encontro às discussões feministas que buscaram problematizar esse conceito. Meu foco, dentro deste panorama, é refletir não só acerca da invisibilização do lugar da mulher no conceito de trabalho produtivo, com sua intensificação, no século XXI, através da tripla jornada feminina. Mas, principalmente, em perceber como o trabalho reprodutivo ainda é vivenciado enquanto lugar de subalterno, assim como as experiências de sofrimento e inquietações na vivência da maternidade. Essas indagações fazem parte da minha problematização de mestrado, que está em desenvolvimento, acerca de uma visão sociológica sobre a depressão pós-parto a partir da visão da construção social da maternidade.


Consultar: https://www.academia.edu/36223536