Autores: Violeta Alarcão e Sónia Pintassilgo


Livro | Alarcão, V., Pintassilgo, S. e Machado, F. L. (org.) (2024), Saúde Sexual e Reprodutiva num Portugal Multicultural: Olhares Pluridisciplinares. Porto: Edições Afrontamento.


Resumo: A pesquisa sobre as migrações e a saúde sexual e reprodutiva é relativamente recente, especialmente no contexto de um Portugal multicultural no século XXI. Ainda há pouco conhecimento sobre os fatores que influenciam a fecundidade num cenário de diversidade étnica e cultural crescente.

O projeto FEMINA (acrónimo para FErtility, MIgratioN and Acculturation), de que o presente livro dá conta, foi desenhado justamente para avaliar os fatores complexos de ordem individual, social, cultural e económica que determinam as escolhas, as experiências e as expectativas de saúde sexual e reprodutiva (SSR) de mulheres e homens em idade reprodutiva, nascidos em Portugal ou Cabo Verde, e residentes na Área Metropolitana de Lisboa. O acentuado declínio da fecundidade em Portugal, associado a múltiplas mudanças económicas, sociais e culturais ocorridas no país nas últimas décadas, e o contributo da imigração para a natalidade, fazem parte do pano de fundo mais amplo em que o projeto se desenrolou.

Foi em 2017 que a ideia de abordar o paradoxo entre os discursos políticos e técnicos de SSR e as expectativas e práticas de parentalidade em famílias caboverdianas e portuguesas começou a ser amadurecida e preparada para submissão a financiamento junto da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Tratava-se de compreender, por um lado, a evolução dos fatores pessoais e sociais que influenciam a decisão de adiar e/ou diminuir o número de filhos e, por outro lado, as consequências demográficas, sociais e económicas desta evolução da fecundidade em Portugal. As seguintes questões específicas instigaram a nossa curiosidade científica: qual a influência do aumento do nível de escolarização da população, e do prolongamento subjacente dos percursos escolares das mulheres até idades mais tardias, nas expectativas e práticas de parentalidade? Qual o efeito, a este nível, do maior acesso a informação sobre contraceção e da generalização dos métodos contracetivos? Qual o efeito das transformações na intimidade e sexualidade, bem como das transformações na parentalidade e no valor dos/as filhos/as, naquelas expectativas e práticas?


Consultar: https://www.edicoesafrontamento.pt/products/saude-sexual-e-reprodutiva-num-portugal-multicultural